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quinta-feira, 28 de junho de 2012

MP exige ajustes no acolhimento da população de rua


O Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público define prazos e multas para implantação de medidas para que a Prefeitura do Rio se adeque à Política Nacional para População em Situação de Rua. A assinatura do termo cria um importante mecanismo de controle social da política municipal para pessoas em situação de rua.
Até agora, a ação municipal foi determinada pela política higienista de "limpeza" das ruas. O que importa é a cidade ficar "bonita" para os mega eventos, garantindo a lucratividade dos investimentos, não resolver os problemas sociais que afligem a cidade e sua população.
Acolhimento, não recolhimento
Deve haver assistentes sociais "em todas as operações de abordagem e acolhimento da população adulta em situação de rua", de acordo com o termo. Além disso, cabe exclusivamente à Secretaria Municipal de Assistência Social "solicitar o auxílio da Guarda Municipal ou da Polícia Militar", em situações que envolvam crime ou risco à segurança dos técnicos ou das pessoas em situação de rua. As operações devem ser feitas sem utilização de armas ou outras formas de constrangimento, vetada "qualquer medida de remoção compulsória ou involuntária", com exceção de casos de delito ou indicação médica.
Políticas públicas
Entre as medidas exigidas pelo Ministério Público estão assistência integral à saúde, cadastramento completo e ágil, inclusão em programas de qualificação profissional e de transferência de renda e política habitacional que pode incluir "auxílios-moradia".
As unidades de acolhimento têm prazos entre dois e seis meses para adequar as condições físicas e a equipe profissional às necessidades de atendimento desta população.
Em 60 dias, a Prefeitura deve garantir que haverá no mínimo um assistente social e um psicólogo para cada 25 usuários de drogas atendidos, em até dois equipamentos. Até julho do ano que vem, o número de usuários para cada profissional destes, deve cair para 20.
(Íntegra do TAC clique aqui
Situação atual
Superlotação, falta de condições mínimas de higiene, condições insalubres, atendimento profissional deficiente, falta de leitos, são algumas das irregularidades encontradas no que deveriam ser unidades de acolhimento. A situação revela o "total descumprimento do Decreto n. 7.503/2009 que institui a Política Nacional para População em Situação de Rua.
A conclusão é do relatório produzido por CRESS e CRP (Conselho Regional de Psicologia) do Rio de Janeiro, em novembro de 2010. O relatório foi um dos documentos utilizados pelo Ministério Público para definir o TAC.
Íntegra do relatório: clique aqui
O CRESS-RJ vai acompanhar o cumprimento do termo pela Prefeitura. Em breve, também convocaremos reuniões e debates para aprofundar as diferentes concepção sobre ações de acolhimento ou recolhimento em procedimentos de abordagem e o papel do assistente social. 


retirado de: CRESS-RJ

domingo, 10 de junho de 2012

Presidente do Uruguai oferece sua residência oficial para abrigar moradores em situação de rua

Como prometido antes da eleição, o presidente do Uruguai José Pepe Mujica ainda mora em sua pequena fazenda em Rincon del Cerro, nos arredores de Montevidéu. A moradia não poderia deixar de ser modesta, já que o dirigente acaba de ser apontado como o presidente mais pobre do mundo.

 

Pepe recebe 12.500 dólares mensais por seu trabalho à frente do país, mas doa 90% de seu salário, ou seja, vive com 1.250 dólares ou 2.538 reais ou ainda 25.824 pesos uruguaios. O restante do dinheiro é distribuído entre pequenas empresas e ONGs que trabalham com habitação.
“Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros uruguaios que vivem com menos”, diz o presidente.
Aos 77 anos, Mujica vive de forma simples, usando as mesmas roupas e desfrutando a companhia dos mesmos amigos de antes de chegar ao poder.
Além de sua casa, seu único patrimônio é um velho Volkswagen cor celeste avaliado em pouco mais de mil dólares. Como transporte oficial, usa apenas um Chevrolet Corsa. Sua esposa, a senadora Lucía Topolansky também doa a maior parte de seus rendimentos.

Sem contas bancárias ou dívidas, Mujica disse ao jornal El Mundo, da Espanha, que espera concluir seu mandato para descansar sossegado em Rincon del Cerro.

Mujica também oferece residência oficial para abrigar moradores de rua

O presidente do Uruguai, José Mujica, ofereceu nesta quinta-feira (31) sua residência oficial para abrigar moradores de rua durante o próximo inverno caso faltem vagas em abrigos oficiais do governo.
Ele pediu que fosse feito um relatório listando os edifícios públicos disponíveis para serem utilizados pelos desabrigados e, após os resultados, avaliará se há a necessidade da concessão da sede da Presidência. De acordo com a revista semanal Búsqueda, Mujica disponibilizou ainda o palácio de Suarez y Reyes, prédio inabitado onde ocorrem apenas reuniões de governo.
No último dia 24 de maio, uma moradora de rua e seu filho foram instalados na residência presidencial por sugestão de Mujica ao Ministério de Desenvolvimento Social. Logo após o convite, contudo, encontraram outro local para se alojar.
O presidente não mora em sua residência oficial, pois escolheu viver em seu sítio, localizado em uma área de classe média nas redondezas de Montevidéu. Nem mesmo seu antecessor, o ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010), ocupou o palácio durante seu mandato. Ambos representam os dois primeiros governos marcadamente progressistas da história do Uruguai.
No inverno do ano passado, pelo menos cinco moradores de rua morreram por hipotermia. O fato causou uma crise no governo e acarretou na destituição da ministra de Desenvolvimento Social, Ana Vignoli.

Moradias populares

Em julho de 2011, Mujica assinou a venda da residência presidencial de veraneio, localizada em Punta del Este, principal balneário turístico do país, para o banco estatal República. A operação rendeu ao governo 2,7 milhões dólares e abrirá espaço para escritórios e um espaço cultural.

A venda dessa residência estava nos planos de Mujica desde que assumiu a Presidência em março de 2010. Com os fundos amealhados, será incrementado o orçamento do Plano Juntos de Moradias. Também é planejado o financiamento de uma escola agrária na região, onde jovens de baixa renda poderão ter acesso a cursos técnicos.

Fonte: pragmatismopolitico.com.br