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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Vidas ao léu: as ruas como moradia

Independente da estação, eles estão lá. Perambulando pelas ruas, vivendo de doações ou alguns, do seu próprio modo. Muitos tem casa, família, estudos, mas fazem por opção, ou alguma questão pessoal, das ruas, sua moradia. Atualmente, os números em Passo Fundo, apontam que a cidade tem 20 moradores de rua e 60 pessoas que estão em situação de rua. A diferença do morador de rua pra o de situação de rua, é que o morador de rua já perdeu todos os vínculos com a família, não tem onde morar e a sua única moradia é a rua. Já os em situação de rua, são os que tem algum problema familiar ou de drogadição ou alcoolismo    e deixa sua casa pra morar na rua, ou seja, não perderam totalmente o vínculo com a família.
Dos números, tanto de moradores quanto de em situação de rua, 85% das pessoas são homens, na faixa etária de 23 a 36 anos, conforme informa o Coordenador    da Ronda Social, Mauro Antônio Moreira. Ele relata ainda que, 70% da população de rua tem problema com a questão da drogadição e fala do trabalho de equipe feito em prol de quem necessita. “Nós temos também, através de uma rede de atendimento de saúde, dos CAPS a qual eles recebem os (moradores) que desejarem tratamento e muitas vezes são encaminhados pracomunidades terap   êuticas ou até mesmo para hospitais para fazer desintoxicação”. O coordenador expõe também, que a característica dessa população de rua é que cerca de 60% deles, são oriundos de outros municípios, e os demais, naturais de Passo Fundo.
Os moradores de rua ou em situação de rua, não são obrigados a aceitar a ajuda oferecida pela Ronda Social, Mauro ressalta, que é feito um convite à eles, “aquele morador de praça, nós chegamos lá e fazemos o convite mas se eles disserem, 'olha, nós queremos ficar aqui, nós não queremos ajuda', eles vão permanecer lá. As pessoas têm o direito de permanecer lá”, explica. Em casos que a Lei seja descumprida por parte dos moradores, as medidas tomadas são outras, conforme o coordenador. "Se ele (morador ou em situação de rua) tivesse transgredindo a Lei, alguma coisa indevida, aí é acionado a polícia, que pode sim obrigar ele a sair daquele lugar. E há a questão também de pessoas desacordadas, feridas ou que estão sobre algum uso de droga, não é de competência nossa aí tem que ser acionado o serviço de saúde”, conta.
Ronda Social: Uma mão amiga
A Ronda Social funciona 24 horas durante a semana e nos finais de semana funciona das 19h às 7 da manhã. A vigia é feita em locais públicos (praças e avenidas), e também no centro da cidade. Quando a viatura localiza algum cidadão que aparenta necessidade de ajuda, vai até o local e convida a pessoa à ir até o Albergue    Municipal, ou quando a pessoa não tem documento é oferecido todo o serviço da SEMCAS, pra que o morador de rua possa retirar seus documentos ou até mesmo voltar pra sua família.
A equipe existe há sete anos, segundo Mauro, e fazem parte da Ronda, 15 profissionais, entre psicólogos, assistentes sociais    e núcleo de abordagem, todos, preparados para as abordagens aos moradores de rua. A população pode acionar a Ronda Social pelo telefone 9193- 9597 ou 3312-3070.

O Centro Pop é uma política voltada pra a população de rua, mas principalmente na questão da reinserção social, onde serão oferecidos cursos, atendimentos psicológicos, acompanhamento das pessoas ao
 mercado de trabalho   , da alfabetização   , ou seja, é um serviço que vai completar a sistematização do programa. “Colhemos nas ruas mandamos pro tratamento e depois que sai do tratamento depois de determinado tempo, ele (morador) vai ao Centro Pop e tem uma equipe específica pra ele pra questão de documentação, da reinserção no mercado de trabalho ou até mesmo a questão de só uma escuta dos técnicos que vão estar lá, essa é a formatação do Centro Centro Pop: Reinserção à sociedade

O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua é a unidade pública e estatal, de referência e atendimento especializado à população adulta em situação de rua, no âmbito da Proteção Social Especial de Média Complexidade do SUAS. Mauro explica que as cidadesque tem, ou no caso de Passo Fundo, que terá o Centro Pop, é por que tem competência para o feito. “O Governo Federal só libera se atingir as metas estabelecidas. Há cinco anos estão sendo feitas as adaptações pra receber esse projeto e a SEMCAS está atingindo todas essas metas, aí foi liberada a construção do Centro Pop”, expõe.
Autor: Redação Passo Fundo