TRABALHO E POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO BRASIL - Maria Lúcia Lopes da Silva - Ed Cortez
“O trabalho sempre foi central na história de todas as sociedades e no capitalismo avançado a relação capital-trabalho é determinante de outras relações sociais”, diz Lúcia Lopes sobre a relevância do estudo e defende que as crises financeiras, assim como o desemprego, são aspectos inerentes à manutenção do atual sistema, resultando o que Marx chama de superpopulação relativa ou exército industrial de reserva.
A autora explica que as pessoas que têm condições de trabalhar, mas não encontram vagas, constituem o exército de reserva e, algumas vezes, são levadas às ruas e submetidas a condições precárias de existência por não se ajustarem às exigências do mercado em transformação. “Por exemplo, a indústria têxtil fechou muitas fábricas aqui no Brasil, sobretudo na região sul do País. Aqueles que estavam trabalhando ficaram sem espaço, sem uma nova colocação. Muitas vezes eram pessoas que tinham algum tipo de especialização e ficaram à mercê de uma nova oportunidade que não está surgindo.”
Muitos indivíduos também têm dificuldades de retornar ao mercado de trabalho, por terem que desempenhar um papel diferente de sua formação e experiência profissional. Maria Lúcia considerou as trajetórias pessoais, as escolhas individuais que podem acarretar riscos, mas afirma que a questão social tem origem na estrutura do sistema econômico regulado pelo mercado, no qual o Estado tem pouco ou nenhum apelo para exercer interferência."
Fonte: http://www.setor3.com.br/jsp/default.jsp?tab=00002&newsID=a4644.htm&subTab=00000&uf=&local=&testeira=99&l=&template=58.dwt&unit=§id=183